domingo, 20 de setembro de 2015

13º dia.

O final de semana realmente foi tenebroso, e para ser esquecido. Estou num mau humor sem igual, e ao mesmo tempo, me concentrando ao máximo para ser educado com quem não tem nada a ver com isso. Ou seja, com qualquer pessoa que não seja eu mesmo.

Uma ideia que me martela com força a cabeça é a de que eu estou sempre preocupado em construir um futuro que a todo segundo que passa é cada vez mais curto. Eu me sinto um eterno adolescente, esperando a hora em que a vida me cobrará uma decisão. E nesse final de semana ela me lembrou de que vai cobrar mesmo, e em breve. Daí o pânico, daí a vontade de injetar Nutella na veia, para acalmar os nervos. Impressionante. É impressionante como o que comemos de fato nos escraviza se não tivermos o cuidado de sempre lembrar de que nós decidimos com a cabeça o que comer, e não com os nervos.

Mais cedo eu estava na rua esperando um amigo, e fiquei de frente pra uma carrocinha de pipoca, ali na voluntários da pátria, perto do metrô botafogo. Alguns de vocês talvez digam que aquela é a melhor pipoca de cinema do Rio.

Bom, eu não podia comer, porque a pipoca é feita na manteiga, certo? ERRADO, eu vi uma garrafa de óleo vegetal na carrocinha. Ha-ha.

Óleo vegetal! Eu podia comer! 

Aquele cheiro pornográfico estava causando reações no meu corpo. Meu amigo não chegava e enquanto eu o esperava, eu pensava que deveria pegar uma doce, já que doce vegano é muito raro de encontrar. Só que eu não tava afim de comer só doce. Então, por que não lembrar dos tempos de colégio e pedir meio a meio? Eu poderia fazer a clássica combinação de salgada por cima e doce por baixo, seguindo a lógica de uma sobremesa após uma refeição salgada. Nunca confiei nesse povo que acha bacana colocar a doce em cima e a salgada embaixo. Essa opção nem deveria ser dada, na verdade.

Antes de tudo, olha a barraquinha aí. Como podem ver, o tio da pipoca estava servindo uma pipoca doce com leite condensado por cima...

...mas não precisamos falar sobre isso.


Aí eu recebi um whatsapp do meu amigo, que a esse ponto eu nem lembrava mais que ele era a razão de eu estar ali, porque eu já havia entrado num espiral sobre todas as decisões acerca daquela pipoca, desde comprar ou não, até ponderar se ele teria troco para 50 reais, ou se aceitava cartão.

Aí a Clarice Falcão passou do meu lado. Sim, é isso mesmo que você leu. Eu estava falando de pipoca, e de repente falei da Clarice Falcão. 

Mas é fato, ela passou do meu lado. Ela estava acompanhada de um rapaz muito bem apessoado (sinônimo de gato pra car*alh*o), Gregório que me perdoe. Pensei em tirar foto. Mas Clarice Falcão não é subcelebridade, e eu preciso manter meu padrão de qualidade. Fotos, só com subcelebridades, salvo raras exceções. Exemplo; Gregório Duvivier.

Aí passou Clarice, mas a pipoca ficou. E meu amigo sei lá por onde andava. Decidi comprar. Mas primeiro fui trocar o dinheiro. Mas a fila no Depanneur, a padaria Gourmet do lado, tava tão grande (olha a crise)  que não ia rolar. Voltei e olhei o tamanho dos pacotes de pipoca. Tinha pacote de 10 reais. Acho que 50 reais já não é mais uma nota tão problemática assim para troco, né?

Eu olhava praquela pipoca doce e quase sentia o gosto. Mas um saco enorme de pipoca doce, será? Eu poderia dividir com meu amigo. Mas eu não gosto muito de dividir comida sem regras. Talvez eu pudesse comprar um pacote pra mim e outro pra ele. Mas eu não poderia fazer isso sem perguntá-lo antes. Vai que ele não quer, e se sente obrigado a comer por educação, ou pior, vai que ele faz o mal educado mesmo e não come, eu ia ter de comer dois sacos de pipoca então? Bom, seja o que os Deuses do apocalipse quiserem.

Pronto, chamei o pipoqueiro.

- Moço, boa tarde, eu queria um saco grande de pipoca doce, por favor. (Decidi ir só de doce).

E ele não me respondeu. Ele não respondeu. Ele nem olhou pra mim, ele nem se mexeu.

Óbvio, porque eu só fiz essa pergunta mentalmente. 

Eu tomei o ar, mas descartei a ideia antes que as palavras saíssem da minha boca. É um padrão na minha vida, decidir tudo, e no último segundo optar por outro caminho. Talvez isso tenha a ver com os problemas iniciais descritos nesse post.

Aí eu peguei minha castanha de caju crua na mochila. 50 gramas delas. 

Por quê?

Porque, com ou sem leite, aquela pipoca doce representava toda a fraqueza que eu quero deixar de ter em relação à comida. Com que tipo de orgulho eu encararia o mundo, depois de ter fraquejado diante de uma simples pipoca doce que eu posso até comer, mas não quando ela estiver servindo para acalmar os nervos, ou confortar a aflição? Não. Tem que ser pelos motivos certos, talvez num momento de exceção, ao ver um filme com a pessoa amada, por exemplo.

A castanha de caju acabou em 10 segundos, claro, e eu de fato estava com um pouco de fome. E meu amigo? Menor. Aí eu lembrei que eu tinha na mochila uma barrinha de NUTS.

Uhuuuuuuuu! Jamais sentirei fome novamente! Viva Scarlet O`hara!


Peguei a barrinha e abri. Era aquela barrinha DO BEM, sabe?. Eu pensei que ela seria sequinha sem aquele açúcar invertido da AGTAL que me dá nojinho. Mas, obviamente, ao abrir, vi que as Nuts estavam grudadas por uma gosma, igualzinha à barra da AGTAL. Uma barra que se chama SÓ NUTS tinha alguma coisa a mais nela. Como assim? Sério, esses detalhes me revoltam. Se a barrinha não é só nuts, então não escreva SÓ NUTS no rótulo, po**a.

Meus olhos rapidamente escanearam o pacote, procurando o açúcar invertido, e o pior aconteceu. MEL. Aquela geleca era MEL. Na boa, eu tava preferindo açúcar invertido hoje. Resumindo, abri a barrinha, mas não comi, porque vegano não come MEL. E olha que eu odeio abelha, não tenho o menor respeito por elas, elas me dão medo, e estão sempre dispostas a morrer para me matar. Mas desafio é desafio, então, nada de mel.



E como eu não pude ver isso no rótulo, já que está logo ali embaixo? Pergunta o leitor sem noção. Eu explico. Porque se na primeira frase no rótulo que você lê está escrito SÓ NUTS, você automaticamente pensa "não preciso ler mais nada". PENSA SIM. Quem tá discordando só quer discordar por discordar. Se leva mel, qual é a razão de ter escrito SÓ NUTS? Que fosse então "SÓ NUTS E MEL". Daí nem precisava dizer que não tem lactose, porque não teria absolutamente mais nada além de Nuts e Mel. Bom, chega!

Em termos de alimentação o dia também foi mais ou menos.

Eis duas torradas de pão tipo alemão com creme de abacate e geleia. Essa geleia leva somente o açúcar da fruta. E é uma delícia. Foi a única refeição boa do dia.


Esqueci de tirar foto do jantar. Mas foi bem caído, porque comprei na rua, e na rua não tem quase nada sem queijo. Quase nada mesmo. Gente, é sério. É desesperador. Numa loja com tantos sanduíches você acha poucos sem carne, e nenhum sem queijo, e torce pra ter algum que você possa pedir sem o queijo, e ainda tem que saber se na massa do pão que eles usam há ovo ou manteiga, e em que tipo de gordura o recheio do sanduíche foi feito. Comprei então uma saladinha no azeite pra viagem e meti no pão Sírio em casa. Alimentou, mas não foi bom.


Por fim, fecho com esse imenso Bowl de salada de macarrão integral. É enorme esse bowl. Come-se fria. E pode não parecer, mas é uma delícia. Deve durar até quarta. Assim espero.

É isso gente. Embora eu esteja afogado num mar de frustrações e aflição, senti orgulho de vencer a tentação da pipoca belzebu, usando o desafio vegano não só pelo veganismo, mas para me ajudar a evoluir nas áreas em que sinto que preciso. A mente precisa voltar a tomar sua posição de liderança. Próximo passo: tomar a mesma decisão, mas sem tanto drama.

Meio difícil, porque todo sabem que eu sou e sempre serei um pouco Drama Queen! 
;)

É isso, beijo pra quem leu. (eu sei que vocês estão aí). I want to believe!

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