domingo, 27 de setembro de 2015

20º dia. Ainda sobre ontem.

Vou começar um novo projeto. Ele terá o propósito de me fazer ter autocontrole no meu consumo de entretenimento. Isso também é um consumo voltado para suprir necessidades de prazer imediato, como é o consumo de alguns alimentos. É que de programa em programa de tv, a vida passa e não se constrói nada. Será possível que viver é tão inquietante que eu precise constantemente aliviar uma angústia que se recusa a cessar com algum tipo de prazer imediato? Bom, seja como for, já passou da hora de mudar, e acho que é o momento.

Ontem foi muito elucidativo. Estava mal, muito mal. Pior dia desde o início do desafio. De fato, sou uma pessoa de humor muito instável. É como se eu estivesse sempre preso entre o enorme desejo de ser feliz e  a imensa chance de cair num destino completamente oposto, de miséria e fracasso pessoal. E tudo acompanhado de uma certeza maldita de não ser capaz de ser uma pessoa significativa em absolutamente nada. Uma certeza tatuada nas minhas víceras, que eu não consigo remover de tão profunda que foi a agulha utilizada.

O blog virou divã, hein!

Não, não virou não. É que esse tipo de informação é importante pro que eu estou refletindo acerca da minha alimentação.

Hoje acordei sem muita fome, mas em seguida fui obrigado a almoçar novamente uma salada que é boa, mas que nem de longe era o que eu queria. Ou seja, estou num processo de real abstinência, porque a angústia de ontem não cessou, e, ao mesmo tempo, não me rendi a consolo gastronômico algum, mesmo que vegano. Após o almoço, conversei sobre o futuro. Uma conversa que não trás novidades, porque falo sempre do mesmo, e escuto o que sempre preciso escutar. E assim como a conversa, o que não muda é o efeito que ela tem sobre mim: bad vibe total. E isso aliado ao drama do dia  de ontem, a visita à casa dos meus pais.

Isso tudo me faz questionar até que ponto vai a seriedade da seguinte frase: eu sou dependente químico dos prazeres que a comida me proporciona.

É engraçado, parece piada, parece irracional, mas honestamente, algum tipo de dependência existe. As pessoas não se viciam só em cocaína, em cigarro, em álcool. As pessoas viciam em sexo, em pornografia, em jogos, enfim, em mil coisas que não são substâncias, mas são coisas que promovem alguma reação de prazer no organismo que as prendem naquele ciclo. E porque seria diferente com a comida? 

Agora, diferentemente dos outros vícios, a comida não pode ser tratada com abstinência. Isso pra mim é o mais assustador.

Você pode estar pensando que do jeito que eu estou, eu não vejo a hora de acabar com esse desafio. Pois não poderia estar mais enganado. Esse desafio está me mostrando que tudo aquilo que eu fazia esporadicamente, na verdade, eram hábitos extremamente frequentes. Vejam só, são apenas 20 dias de desafio até então, e eu não sei contar quantas vezes quis comer gordices para me sentir melhor.E somente para me sentir melhor. Isso, em APENAS 20 dias.

No final das contas, estou aqui cansado, e sem ter realizado 1/10 do que deveria ter feito no final de semana. E ainda por cima, sem poder ver o eclipse. por causa dessa chuva que está há meses para vir, mas acaba chegando hoje, justamente na noite de um fenômeno raríssimo e que poderia ser muito bem visto daqui do Rio de Janeiro. Como sabem, sorte não é meu cartão de visitas. Terei de deixar para 2033.

Vamos ao cardápio do dia:

Saladinhas rolé, refogadas no azeite e zzzzzz....É horrível e monótono não ter absolutamente nenhuma opção na rua. O restaurante vegano aberto neste domingo era só no Leblon.


Macarrão em casa. Massa sem ovo, e molho de tomate com tomate pelatti, pimenta, sal, e alho frito.



Beijo pra quem leu.

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