quarta-feira, 30 de setembro de 2015

23º dia.

Amanhã começarei o dia com carinha de gatinho do Shrek, explicando pra minha chefe porque eu não vou comer nada no almoço de aniversário dela.

Lembram que eu ia comprar um presente pra ela, talvez um vinho? Então, não rolou. Hoje ela ficou se lamentando pelo fato de não ter me dado presente nenhum, que eu achei que seria meio grosseiro da minha parte dar um presente pra ela amanhã. Isso parece ridículo? Parece, né? Mas é que eu sinto isso como algo tão óbvio. Pra mim, parece que seria grosseria, como se eu estivesse dizendo, com isso, que ela me deve um presentinho. Bom, loucura minha ou não, acabei não comprando nada.

Mas quero falar de hoje. Fiz exame de sangue, e pela primeira vez na vida, de fato doeu. Aquela agulha sambou no meu braço e o sangue demorou a sair. E o pior não foi isso. O pior foi ter o o lanchinho do laboratório pra filar, e não poder comer absolutamente nada daquilo. Eita coisa triste, viu!

E o blog hein? A quantidade de acessos no post de hoje teve mais que o dobro de acessos que a média diária. Vocês lembram qual foi minha frase de divulgação no Facebook pro post do 23º dia? Eu digo.

"Medo! Acho que o desafio vai ter de terminar 4 dias antes!
Motivo: sinuca de bico social."

Uma mensagem negativa, vocês concordam, né? Que me leva a que tipo de conclusão?

Olha, pode até parecer mania de perseguição, mas é muito estranho um acesso tão grande em um dia em que a mensagem de divulgação é negativa. A sensação que tive é de que há muita gente com interesse no fracasso alheio.  Acho que muitos cliques hoje foram motivados pela vontade de ver que alguém não completou um desafio, por mais bobo que possa parecer. Fiquei um pouco triste? Na verdade, não. Primeiro porque posso estar enganado, e segundo, porque o maior número de visitantes me fez bem, rs. Mas que a impressão que dá é de que há pessoas que se alimentam do fracasso, isso é.

Já perceberam que estou sem linha discursiva hoje, né? Falei, falei, falei, e não disse nada. Só que é ainda pior. Eu esqueci de tirar foto do jantar, que foi um sanduíche delícia de tomate, berinjela e abobrinha no forno.

O almoço foi no restaurante da sociedade macrobiótica do Rio de Janeiro, atrás do cinema Odeon, na Cinelândia. Não é uma delícia, mas é saudável. A sopa de inhame é uma delícia sim, e o manjar de côco estava muito bom também.



Como viram, também esqueci de tirar foto da sopa de inhame.

Beijo pra quem leu.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

22º dia.

Neste momento estou com fome, sem sono, e cheio de coisas gostosas e veganas para comer em casa. Mas não posso. Se eu estivesse dormindo, não teria tentação para me assombrar. É que amanhã eu faço exame de sangue. Não, eu não conseguir fazer ontem de manhã, porque eu esqueci que ia fazer o exame, e acabei tomando café da manhã. Mas quem nunca, não é mesmo?

Hoje houve duas coisas interessantes. Descobri que tenho acessos ao blog desde os EUA, da Holanda, do Canadá, da França e da Índia. Dos três primeiros, ok, imagino quem seja (sejam?), mas os dois últimos eu não tenho a menor ideia de quem se trata. Portanto, você, amado, ou apenas conhecido, que tenha tido a consideração de abrir meu humilde blog em terras tão distantes, por favor, identifique-se. Se não mata minha fome, que mate minha curiosidade.

A outra coisa é tensa e ainda está por vir. A minha chefe, que é uma pessoa ótima, sério mesmo, faz aniversário na quinta, 24º dia do meu desafio de 28 dias. E ela organizou um almoço num restaurante no centro. E eu sou conhecido no trabalho, e já dito por ela certa vez, por ser anti-social. Ou seja, estou numa situação muito desagradável, porque eu realmente quero fazer presença nessa comemoração que eu sei que ela gosta, e merece, mas sei que ela não vai ficar satisfeita, nem se eu não for, nem se eu for e não acompanhar na comida. Não preciso mencionar que o restaurante está longe de qualquer realidade vegana, né? Bom, não tem outra saída, senão encerrar o desafio no 24º dia. (carinha triste)

Ou tem? Sugestões?

Claro que tem. Se você é um leitor perspicaz, entendeu que ela, por ser uma ótima pessoa, nunca ficaria feliz em me ver desistindo de um projeto pessoal importante, doido, irracional, questionável, porém, importante.

A grande questão é como fazê-la entender que esse projeto de fato existe, e que não se trata de uma mera desculpa. A saída óbvia é mostrar o blog. Só que aí vem o medo: e se ela quiser ler o blog?

Não sei se é uma boa a minha chefe conhecer a minha instabilidade emocional, e muito menos minha insatisfação completa com a vida no serviço público. Aliás, é fundamental que ela não leia esse post, pra não achar que é puxação de saco. E sim, leitor, eu enxergo o quanto é conflitante eu escrever essas palavras, se o plano é justamente esse, mostrar o blog pra ela. Mas o que é que se pode fazer? Deixar de dividir meus pensamentos com você? Não, não, não. Odeio censura. Além do que, isso não se chama desafio à toa. E numa dieta, os desafios sociais são reais e muito significantes. Esse é o maior deles desde o início do desafio que eu enfrento. Mas, honestamente, acho difícil que ela leia. São muitos posts, e o tempo dela no trabalho é bem mais importante do que lendo blogs de assuntos aleatórios, rs.

Bom, mas então, pensando em saídas para esse caso, hoje de tarde pensei em dar um presente pra ela, seria uma forma de demonstrar carinho, mesmo furando, possivelmente, o almoço dela. Eu sou bom de doces, mas ela não curte muito. Em seguida pensei em vinho, que sei que ela ama. E por acaso consegui ter uma conversa de uns 2 minutos sobre vinhos com ela, a ponto de saber que seus favoritos são os que vem do oeste dos EUA, e provavelmente os mais difíceis de se encontrar aqui, claro. Mas amanhã ainda dou uma procurada. Vai, é um bom presente.

Bom, amanhã digo como tudo se saiu. Vamos às comidinhas?

Almoço no Gouranga de novo. Hoje foi dia de escondidinho de batata baroa com proteína de soja e milho, acompanhado de lâminas de abobrinha. Estava muito bom, mas acho que a proteína de soja poderia ser substituída por outra coisa. A entradinha foi uma saladinha de legumes cozidos. Faltou tempero. Não sei se é algo proposital da culinária indiana, mas eu teria gostado de um temperinho na salada. Já a sobremesa foi torta de limão. Vegana? Não! Mas como a pessoa amada e companheira está passando por provações, decidi abrir mão da minha saladinha de frutas, para ele poder comer duas tortinhas, que eu sei que ela gosta. Como eu sou um santo, gente! Sou um querido que só faz o bem. Na verdade, eu sou gente boa pacas...rs.






E no jantar, repetimos o guacamole do Bruno, que eu amo demais - pra isso serve a ambiguidade, rs. E lá embaixo, pão Sírio com geleia sem açúcar de mirtilio e framboesa. Sério. Melhor do que geleia normal, muito melhor. Ah! Esse pão Sírio está torrado, durinho, crocante. É bom demais!




É isso, gente, como podem ver, meu humor melhorou, e foi sem compensação imediata na comida. Superei. Sinto-me muito bem com isso. Meio que gratificante. Piégas, mas é assim mesmo.

Beijão pra quem leu.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

21º dia.

Hoje tive medo de me pesar. Acho que não emagreci. Tá certo que estou sem fazer exercício, não cortei o açúcar, e como besteiras veganas, justamente porque é o momento para eu experimentar tudo. Mas comparado ao tanto que eu comia antes para engordar, eu deveria estar emagrecendo, e muito rapidamente. Bom, no 28º dia saberemos.

Amanhã tentarei fazer meu primeiro exame de sangue, antes que seja tarde demais. E assim conhecerei minhas taxas. Se eu mantiver essa dieta após desafio, penso em fazer exames de sangue de 3 em 3 meses.

Bom, sobre ontem, e anteontem. Peço desculpas pelo desabafo. Mas de fato foi o que senti. E esse blog não faz sentido se eu não estiver disposto a abrir minhas fraquezas e aceitar minha vulnerabilidades. Como meu autocontrole está muito mais relacionado a uma questão de fundo emocional, do que ao simples desejo do paladar, acho justo deixar claras as minhas questões pessoais que me levam para o desequilíbrio alimentar. E foi por causa disso que meu blog pareceu divã terapêutico por dois dias.

Quem está lendo desde o início, sabe que eu estava na expectativa por crises de abstinência. E eu já estava achando que isso não ia acontecer, até que aconteceu, e chegou a me assustar.

Algumas pessoas têm falado comigo sobre o blog e eu tenho ficado bem feliz com o feedback. Algumas pessoas com dúvidas, outras querendo receitas, outras dizendo que estão estimuladas a uma alimentação mais saudável. Isso é ótimo. Agora, eu pretendo ainda entrar numa dieta mais saudável do que a que estou agora. Embora eu associe veganismo à boa alimentação, eu ainda tenho que cortar algumas coisas. Mas estou num bom caminho, só está me faltando exercício.

Hoje um amigo meu disse que já trocou refrigerante normal, por refrigerante zero. Assim, eu compreendo o esforço, eu compreendo a intenção, mas não pude deixar de esclarecer que uma coisa é tão nociva quanto a outra. E é isso que me revolta. A publicidade e o marketing criam uma verdade implícita de que determinado produto é saudável, quando ele simplesmente não é. Esse meu amigo, na prática, está fazendo um trade off entre sódio e açúcar. Ambos fazem muito mal, ainda mais nas quantidades de um copo de refrigerante.

Mas enfim, hoje eu estou bem melhor. Estou mais tranquilo, estou na batalha por uma autoestima mais forte, e além disso, voltei ao restaurante indiano delícia do lado do meu trabalhooooo! rsrs

Almoço ótimo no Gouranga. Nem lembro direito do prato. Tinha um Dhaal de grão de bico, uns bolinhos que envolviam batatas, um shutney de manga maravilhoso e bem apimentado, arroz com chia (odeio chia, mas o tempero salva) e espinafre com tofu refogado. A entradinha foi uma saladinha fresquinha.



Essa sobremesa é vegana à base de tâmaras, castanha e nozes.


Guacamole da pessoa amada, com pão alemão, no jantar. Só um pra não engordar. Mentira, foram umas 20 torradas para cada. rs



É isso, beijo pra quem leu.




domingo, 27 de setembro de 2015

20º dia. Ainda sobre ontem.

Vou começar um novo projeto. Ele terá o propósito de me fazer ter autocontrole no meu consumo de entretenimento. Isso também é um consumo voltado para suprir necessidades de prazer imediato, como é o consumo de alguns alimentos. É que de programa em programa de tv, a vida passa e não se constrói nada. Será possível que viver é tão inquietante que eu precise constantemente aliviar uma angústia que se recusa a cessar com algum tipo de prazer imediato? Bom, seja como for, já passou da hora de mudar, e acho que é o momento.

Ontem foi muito elucidativo. Estava mal, muito mal. Pior dia desde o início do desafio. De fato, sou uma pessoa de humor muito instável. É como se eu estivesse sempre preso entre o enorme desejo de ser feliz e  a imensa chance de cair num destino completamente oposto, de miséria e fracasso pessoal. E tudo acompanhado de uma certeza maldita de não ser capaz de ser uma pessoa significativa em absolutamente nada. Uma certeza tatuada nas minhas víceras, que eu não consigo remover de tão profunda que foi a agulha utilizada.

O blog virou divã, hein!

Não, não virou não. É que esse tipo de informação é importante pro que eu estou refletindo acerca da minha alimentação.

Hoje acordei sem muita fome, mas em seguida fui obrigado a almoçar novamente uma salada que é boa, mas que nem de longe era o que eu queria. Ou seja, estou num processo de real abstinência, porque a angústia de ontem não cessou, e, ao mesmo tempo, não me rendi a consolo gastronômico algum, mesmo que vegano. Após o almoço, conversei sobre o futuro. Uma conversa que não trás novidades, porque falo sempre do mesmo, e escuto o que sempre preciso escutar. E assim como a conversa, o que não muda é o efeito que ela tem sobre mim: bad vibe total. E isso aliado ao drama do dia  de ontem, a visita à casa dos meus pais.

Isso tudo me faz questionar até que ponto vai a seriedade da seguinte frase: eu sou dependente químico dos prazeres que a comida me proporciona.

É engraçado, parece piada, parece irracional, mas honestamente, algum tipo de dependência existe. As pessoas não se viciam só em cocaína, em cigarro, em álcool. As pessoas viciam em sexo, em pornografia, em jogos, enfim, em mil coisas que não são substâncias, mas são coisas que promovem alguma reação de prazer no organismo que as prendem naquele ciclo. E porque seria diferente com a comida? 

Agora, diferentemente dos outros vícios, a comida não pode ser tratada com abstinência. Isso pra mim é o mais assustador.

Você pode estar pensando que do jeito que eu estou, eu não vejo a hora de acabar com esse desafio. Pois não poderia estar mais enganado. Esse desafio está me mostrando que tudo aquilo que eu fazia esporadicamente, na verdade, eram hábitos extremamente frequentes. Vejam só, são apenas 20 dias de desafio até então, e eu não sei contar quantas vezes quis comer gordices para me sentir melhor.E somente para me sentir melhor. Isso, em APENAS 20 dias.

No final das contas, estou aqui cansado, e sem ter realizado 1/10 do que deveria ter feito no final de semana. E ainda por cima, sem poder ver o eclipse. por causa dessa chuva que está há meses para vir, mas acaba chegando hoje, justamente na noite de um fenômeno raríssimo e que poderia ser muito bem visto daqui do Rio de Janeiro. Como sabem, sorte não é meu cartão de visitas. Terei de deixar para 2033.

Vamos ao cardápio do dia:

Saladinhas rolé, refogadas no azeite e zzzzzz....É horrível e monótono não ter absolutamente nenhuma opção na rua. O restaurante vegano aberto neste domingo era só no Leblon.


Macarrão em casa. Massa sem ovo, e molho de tomate com tomate pelatti, pimenta, sal, e alho frito.



Beijo pra quem leu.

sábado, 26 de setembro de 2015

19º dia - a segunda crise de abstinência. E a mais grave.

Hoje foi dia de visitar meus pais em Niterói. Muita gente já sabe, mas pra quem ainda não sabe, não me sinto muito bem visitando meus pais, porque sempre volto de lá triste, irritado, angustiado, aflito, derrotado. É uma espécie de revival de uma vida que eu sempre quis deixar pra trás. Ouvir os mesmos discursos que me tornaram essa pessoa sem autoestima, que não acredita ter potencial suficiente para fazer alguma coisa dar certo na vida, a não ser que se trate de concurso público. Eis a chave de todos os problemas de um ser humano: concurso público. Justamente eu, que após a experiência de ser concursado, reconhece tudo de bom que há nessa vida, mas não vê a hora de sair dela.

Resultado. Levo uma vida COMPLETAMENTE diferente da vida que meus pais imaginam que eu leve - ainda bem que eles não estão familiarizados com o Facebook. Isso porque, quando estou lá, suas perguntas são intermináveis, e seus narizes forçam violentamente a entrada em minha vida. Outro resultado, 95% das minhas respostas são mentiras. E é tanta mentira, que eu já nem lembro mais o que falei sobre cada tópico, caio em contradição o tempo todo, misturo temas, e frequentemente preciso parecer ter certeza sobre coisas das quais não faço a mais pálida ideia.

Parece bobagem, mas, sinceramente, é muito desgastante. Muito mesmo. Demais.

Mas por que você faz isso? - pergunta você, jovenzinho sem empatia.

Porque se eu não fizer isso, o estresse que hoje tenho apenas durante minhas visitas, se estenderia para todos os momentos da minha vida. E nesse ponto não há julgamentos, cada um sabe os pais que têm. Entendidos?

Bom, até então, o hábito era voltar  pra minha casa com a alma destruída, com vontade de morrer, sem força para produzir nem a mais imbecil das atividades. E então, procuraria uma fonte de prazer imediato, que geralmente significa comer nutella, ou chocolate, ou sorvete, ou pizza, ou massa, ou encher a cara de vinho.

Mas e durante o desafio vegano, como faz, se mata? Não sugere, porque na falta de opção, quem sabe?

Mermão. Durante o desafio vegano, até me submeter a algum tipo de dor eu pensei. Mas a pessoa amada chegou em casa logo, e fomos comer no mesmo restaurante de ontem, o Vegetariano Social Clube, do Leblon. Confesso que sim, aproveitei essa oportunidade para afogar minha frustração e derrota na sobremesa que comemos ontem sim, uma bela e deliciosa torta de cacau com sorvete de cacau veganos. Uma sobremesa enorme que dividimos ontem, e que hoje fui especialmente para devorá-la sozinho.

Ah, galeraa! Um pouco de paciência. Meu autocontrole evoluiu de uma maneira que eu nem sei mensurar, mas não sou perfeito. Comemoremos apenas o fato de eu não ter comido Nutella, nem bombom Kopenhagen escondido, e menos ainda me autoflagelado. Ah, detalhe. Mamãe me deu chocolate kopenhagen de presente de aniversário atrasado. Timing ridiculamente inconveniente sempre foi uma das marcas dela. Mas não falei nada, e os aceitei. Os bombons estão na minha geladeira, junto com outras comidas proibidas.

Mas querem saber o detalhe? Provavelmente não, porque já devem estar de saco cheio das minhas lamúrias. Mas eu vou falar, porque sou de reclamar mesmo.

NÃO TINHA O BOLO NO RESTAURANTE.

Pronto, é isso. Não tinha o maldito bolo incrível e vegano que eu poderia comer, para afogar as mágoas. O bolo tinha acabado, confirmando minha teoria de que Sorte não foi uma das coisas que trouxe pro mundo quando nasci.

O que eu fiz? Me contentei com a pizza vegana sem queijo, e um copinho de sorvete de cacau. Mas ficou o vazio do bolo em mim. E é um vazio bem grande. Pelo menos não surtei, nem estraguei o desafio. Não sei você, mas eu vou me dar crédito por isso.

Seguem as fotos do cardápio do dia.

Almoço no ROLÉ. Saladinha de quinoa com abobrinha, amêndoas, e outras cositas. Acreditem, não consegui comer tudo. Quinoa não é brincadeira. A salada é muito boa, mas só comi porque tava com pressa. Hoje eu queria muito um pratinho quente no almoço. Mas é simplesmente impossível encontrar.



Agora é o jantar. Entradinha de bolinho de feijão, recheado com couve e um molhinho apimentado. Reparem no guaraná sem sódio acompanhando.


Prato principal foi uma pizza integral de cogumelos refogados ao molho sugo, que estava um espetáculo.


E a sobremesa. Um sorvete de cacau com melado pra mim, e uma torta de banana com castanha do Pará e canela pra ele.


Não me julguem, e beijo pra quem leu.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

18º dia.

E começa a contagem regressiva.

Hoje foi dia de novidades gastronômicas. Encontrei no centro do Rio um novo restaurante. A temática é indiana, e todo dia há uma opção de prato vegano. Ou melhor, versão.

Sério! Delícia! Por isso hoje não falarei sobre nada. A minha dieta fala por si.

O nome do restaurante é GOURANGA. E o esquema é pagar o combo Entrada + Principal + Sobremesa. Normalmente, com uma versão lacto e uma versão vegana DE CADA PRATO.

A entrada. Berinjela refogada num tempero SENSACIONAL.




Entre a versão indiana da feijoada brasileira, e o nhoque de inhame com cogumelos refogados, fui de nhoque. Parece bem pouco, mas é na medida certa. Gente, esse molho, sério, não sei nem descrever. Eles pecam em não dar um pãozinho para terminarmos com o que sobra no prato.




Como a sobremesa normal tinha leite condensado. A opção vegana era saladinha de fruta. Simples, eu sei, mas o que combinaria mais com o calor de hoje?


E o melhor? ACEITA SODEXO!!!!!!!

E de noite no Leblon. Fui a um lugar chamado Vegetariano Social Clube. Confesso que achei que haveria fila no local. Mas não, embora os bares ao lado estivessem lotados. E lá dentro, ouvindo a conversa alheia, percebi que uma moça que estava jantando, só tinha percebido no meio de sua refeição que se tratava de um restaurante vegano.

Mas deixemos de conversa fiada. Olha aí os petiscos de boteco como entrada. Confesso que só gostei de dois bolinhos. O de feijão. Mas é que os outros exploravam sabores que eu não gosto, como o tofu com alga, na frente, que lembra peixe frito. Ui! De me arrepiar a espinha. Quem me conhece, sabe que tenho algo de traumático com qualquer coisa do mar, que data de vidas passadas.



Teve esses suquinhos, que preciso confessar. Estavam ruins pra chuchu. Adoçados com malte.


Mas e o prato principal?

Eeeeeeeeee...PIZZA!!!!!!!!! COM GUARANÁ!!!!!!!

O refrigerante não tem a ver com o desafio, mas eu parei de tomar já faz tempo. Só que esse guaraná é ZERO SÓDIO. E a pizza estava boa?

Cara, PIOR QUE ESTAVA! Eu prefiro pizza HUT sim, mas o legal é que essa pizza tem o sabor dela. É uma pizza deliciosa que na verdade é uma nova experiência. Quem a prova, mesmo sem ser vegano, pode muito bem ter dias de vontade de voltar lá e comer outra, por livre e espontânea vontade. As duas pizzas foram surpreendentemente boas. Eu sei que parece mentira. Mas são realmente boas. E não são para substituir as pizzas que não posso comer. Elas são boas por si mesmas.


E a sobremesa? Sorvete de cacau, e sorvete de gengibre (sim) com uma fatia giga de bolo de cacau. A pessoa amada não curtiu muito a sobremesa - embora só tenha revelado isso após comer metade dela -, mencionando que o bolo estava seco, como se fosse um pão de mel. E QUEM É O TARADO POR PÃO DE MEL NESSE RIO DE JANEIRO? MOI MÊME!

A sobremesa estava muito boa. Muito mais intensa e interessante do que muito brownie supervalorizado pelos restaurantes da zona sul.


Gente, hoje foi dia de vegano chubby e feliz, rs.

Beijo pra quem leu!!!



quinta-feira, 24 de setembro de 2015

17º dia.

To aqui, de boas, vendo o programa da Rachel Khoo no GNT.

Não sei se todos conhecem, mas ela é uma cozinheira profissional, e escritora na área de gastronomia. E uma fofa.

No episódio de hoje, ela visitou a cidade de Nápoles, onde, obviamente, ela comeu pizza a dar com pau. E onde ela aprendeu a fazer a massa da pizza de Nápoles, que não parece ter nada de diferente da pizza daqui, o que me leva a crer que eles não contam tudo, ou que rola magia negra, porque aquilo ali é delicioso.

E confesso, que, durante esse desafio, desde a primeira tentação, que foi a Nutella, no primeiro dia, a pizza na minha televisão, hoje, foi meu segundo momento de vontade genuína de comer alimentos com origem animal. Até a pizza cult gourmet hipster, Ferro & Farinha, minha vizinha, e da qual eu não gosto, abriu meu apetite com seu cheirinho hoje. Mas não adianta né gente, amor antigo a gente nunca esquece, e pizza e eu nos amamos desde a infância.

O que me lembra que, quando estive na Itália e na França, minha relação com o queijo não foi tão dramática quanto é por aqui. E nem de longe foi a tragédia que foi nos EUA, de tanto que eu passava mal. Conversando e filosofando com a pessoa amada, enquanto especialistas leigos, chegamos à conclusão de que, talvez, a europa se beneficie de uma cultura de consumo de alimentos que valorize a produção local, enquanto, no continente americano, estamos mais acostumados com uma espécie de processamento industrial dos alimentos, que por algum motivo, seria nocivo.

Enfim. Isso é uma grande coincidência, justamente porque hoje acordei com um debate no facebook de um amigo sobre leites vegetais. Eu, honestamente, adoro o de amêndoas. É uma pena não poder fervê-lo, mas de resto, serve pra tudo.

Almoço de hoje? Restaurante Tempeh. No caminho, parada para apreciar a ação de alguns trombadinhas. E de noite, o guacamole de ontem, que consegue estar mais gostoso ainda.



Beijo pra quem leu.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

16º dia.

Gente, hoje foi dia de falar sobre o veganismo enquanto filosofia.
Não tenho muito a contribuir quanto isso, mas a cada dia eu sinto nesse desafio, que por acaso é vegano, o quanto ele é positivo pra criação ou fortalecimento de autocontrole, uma coisa que pode ser aproveitada para outros aspectos da vida.

E agora já penso sobre o que farei ao final do desafio. Estou quase certo de que continuarei com ele em grande medida. Não digo 100%, porque eu ainda me ligo ao veganismo por questões de saúde, mais do que por questões filosóficas. Portanto, quando eu for comer alguma besteira, não vou considerar se nela há ou não há alimento de origem animal. No entanto, pretendo fazer isso muito raramente.

Mas ainda estou no 16º dia de um desafio de 28 dias. Então ainda posso mudar de opinião.

Mas aproveitando essa questão, trago para vocês um vídeo do TED, sim, eu amo o TED. E ele fala da questão de se personalizar a alimentação que queremos ter. Ele prega o fim do preconceito e das guerras. Um vegano não precisa criticar alguém que queira ser vegano, mas não consegue cortar as carnes por completo. A guerra é contraproducente. É muito mais interessante incentivar alguém a ser 90% vegano, do que empurrá-lo para área cinzenta do "ou tudo, ou nada". Mesmo porque, na maioria das vezes será "nada".


Temos a péssima cultura de rotular tudo. E tudo que se rotula vira religião, e até pessoas de fé admitem que Religião é justamente aquilo que pode se tornar um problema no mundo da espiritualidade. A pessoa adota o veganismo e de repente herda todos os adjetivos que atribuem aos veganos, para o bem, ou para o mal. E vegano só pode ser aquele que tem pena de animais, não pode ser alguém que se convenceu de que a dieta vegana é a mais saudável para ele. Ou o outro corta todas as carnes, mas uma vez por mês come uma porção de peixe. Não, não pode ser considerado vegano, porque consome proteína animal uma vez por mês. Chega de hipocrisia e preciosismos.

Bom, o almoço do dia foi no BARDANA novamente. AMO. E hoje era dia totalmente vegano. Bolinho de milho e grão de bico, sopinha de feijão, salada de rúcula com pepino, mandioca e quiabo no molho oriental. Eu sei que muita gente não curte quiabo, mas eu considero quiabo uma das 7 maravilhas. Suco de laranja com acerola. Estava muito bom. Todos esses sucos são sem adição de açúcar.



E pro jantar, guacamole feito pela pessoa amada. A foto tá feia, mas o guacamole do Bruno é sensacional. Comemos com pão Sírio tostado no forno. Muito bem feito!


O sono já recai sobre este corpo vegano.

Boa noite, e beijo pra quem leu.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

15º dia.

Galerinha, imagina a Branca de Neve curtindo um cochilo logo após uma mordida na maçã da bruxa.

Essa sou eu. Um sono avassalador se abateu sobre mim na aula da noite, e estou tentando me manter em pé até então.

Ao Ser picuinha, que vai dizer que esse cansaço é falta de proteína, mando um forte abraço, e digo que não é não. Trata-se de uma pessoa que dormiu pouco, trabalhou o dia todo, assistiu a duas aulas à noite, e agora quer cama.

Hoje a polêmica foi sobre a ideia de se alimentar o bichinho de estimação de forma vegana. Isso seria interessante ou completamente sem noção?

Eu, honestamente, acho que os animais precisam de nutrientes, e se é possível conseguir nutrientes em fontes vegetais, não vejo qual seria o problema. Um gatinho não vai ficar mal porque não come carne, mas sim se ele não receber os nutrientes que ele adquire na ingestão de carne. 

Bom, mas como veganismo tem apelo forte pra mim em relação à possibilidade  de se criar uma rotina mais saudável de alimentação, não acho que eu me preocuparia em adaptar a alimentação de um possível animal meu a uma dieta vegana. Compreendo aqueles que o fazem por ideologia e então não querem comprar alimentos com carne nem para seus bichinhos. Não estou julgando a motivação, mas seria interessante saber que tipo de mal um comportamento desses pode causar, não só pro bichinho - caso haja algum mal -, mas também para o ambiente, diante de uma indústria que envolve o polêmico cultivo de soja transgênica, por exemplo.

Deixo vocês com foto do almoço e da sobremesa de hoje. Restaurante BARDANA:



Como podem ver, estou me comportando. Salada de folhas e rabanete. Empadão integral de palmito, hamburger de lentilha com berinjela e um pouco de espaguete integral com tomate. A sopa é de inhame com cenoura. O Suco é manga com pêssego, e o docinho é maravilhoso, de amendoin.


É isso gente, muito sono mesmo. So sorry!!


Beijo pra quem leu.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

14º dia. Passei da metade.

Gente, o post de hoje será super rápido. Nem tanto.

Hoje passei da metade do desafio, e não estou com aquele sentimento de grande conquista, porque realmente tem sido gratificante. Como eu digo, o problema não tem sido abrir mão de alimentos gostosos, mas de conseguir se alimentar na rua. Trata-se de um problema logístico mesmo.

Segunda feira sempre é um fardo pra quem ainda não faz o que ama, e pra quem sonha em ser autônomo e viver livre das maravilhosas correntes da carteira assinada. E hoje não foi diferente, mas foi produtivo. Mas em termos de alimentação, os momentos seguiram o clima de segunda feira também, cheios de piadas de mau gosto.

Ontem compramos duas saladas no Rolé, uma lanchonete natural dentro da galeria São Luis no Largo do Machado. Jantamos uma ontem e deixamos a outra para hoje, pro almoço. Trata-se de uma salada de quinoa deliciosa, e que alimenta bem. Eis a foto do dia:


A saladinha da frente fui eu que fiz. Mas não tinha quase nada. Só levei porque não tive espaço pra guardar tudo no Bowl de casa. Levei muito pouco mesmo. A salada de trás é a tal de quinoa do Rolé. Ela normalmente é uma delicia, mas hoje estava estragada. Isso mesmo. Estragada. A salada estragou da noite pro dia, mesmo estando na geladeira o tempo todo.

A sorte, olha ela aí, em plena segunda feira, é que passamos no Mundo Verde antes para comprar lanchinho pra tarde. Então, agora sim, vocês podem ver a foto do meu verdadeiro almoço de segunda.


O de limão é MUITO MELHOR que o de cacau. Ambos sem lactose. Eu comi super feliz e com a consciência tranquila.

Até que a segunda-feira se fez presente, e mostrou muito bem que Sorte de Segunda nunca será Sorte de primeira.

Refleti sem muita certeza sobre o quê. E de repente fez-se a luz.

Olhei para o rótulo e vi que estava escrito SEM LACTOSE. Maravilha.

Mas "SEM LACTOSE" NÃO É O MESMO QUE "SEM INGREDIENTES DE ORIGEM ANIMAL".

Olho na lista de ingredientes. Parecia que eu tava conferindo gabarito de vestibular.

SAPORCARIA LEVA OVO! OVO INTEGRAL! BOOM! Não passei pra segunda fase!

Danou-se. Eu já tinha comido o pacote inteiro.

Então, no 14º dia do meu desafio, vos informo que eu cometi meu segundo erro de principiante. O primeiro foi a sopa do Delírio Tropical, que tem chances de ser refogada na manteiga. Mas como ainda não me responderam, não tenho certeza se foi um erro mesmo.

Mas hoje o erro foi cruel e real. Está lá, na lista de ingredientes. OVO INTEGRAL. E o pior é que eu só fui pensar nisso horas depois Eu cheguei a comprar mais dois pacotes, que estão aqui em casa, e ficarão de presente pra pessoa amada.

É tanta informação que procuramos nos rótulos, que às vezes esqueço que posso açúcar e posso glúten, de tanto rótulo que destaca essas ausências.

Bom, como disse no início, eu previa que erros aconteceriam, e não previ punições para isso. Basta estar em paz com minha consciência e usá-lo como oportunidade para aprender e prestar mais atenção nos detalhes daqui pra frente.

Só fico feliz pelo erro ter sido hoje, e não no final de semana. Eu estava tão aflito no final de semana, que um erro desses poderia me fazer cometer uma besteira e estragar o desafio.

Mas super recomendo o biscoito pra quem não é vegano e tem problemas com leite. É uma delícia.

É isso, um beijo pra quem leu.

domingo, 20 de setembro de 2015

13º dia.

O final de semana realmente foi tenebroso, e para ser esquecido. Estou num mau humor sem igual, e ao mesmo tempo, me concentrando ao máximo para ser educado com quem não tem nada a ver com isso. Ou seja, com qualquer pessoa que não seja eu mesmo.

Uma ideia que me martela com força a cabeça é a de que eu estou sempre preocupado em construir um futuro que a todo segundo que passa é cada vez mais curto. Eu me sinto um eterno adolescente, esperando a hora em que a vida me cobrará uma decisão. E nesse final de semana ela me lembrou de que vai cobrar mesmo, e em breve. Daí o pânico, daí a vontade de injetar Nutella na veia, para acalmar os nervos. Impressionante. É impressionante como o que comemos de fato nos escraviza se não tivermos o cuidado de sempre lembrar de que nós decidimos com a cabeça o que comer, e não com os nervos.

Mais cedo eu estava na rua esperando um amigo, e fiquei de frente pra uma carrocinha de pipoca, ali na voluntários da pátria, perto do metrô botafogo. Alguns de vocês talvez digam que aquela é a melhor pipoca de cinema do Rio.

Bom, eu não podia comer, porque a pipoca é feita na manteiga, certo? ERRADO, eu vi uma garrafa de óleo vegetal na carrocinha. Ha-ha.

Óleo vegetal! Eu podia comer! 

Aquele cheiro pornográfico estava causando reações no meu corpo. Meu amigo não chegava e enquanto eu o esperava, eu pensava que deveria pegar uma doce, já que doce vegano é muito raro de encontrar. Só que eu não tava afim de comer só doce. Então, por que não lembrar dos tempos de colégio e pedir meio a meio? Eu poderia fazer a clássica combinação de salgada por cima e doce por baixo, seguindo a lógica de uma sobremesa após uma refeição salgada. Nunca confiei nesse povo que acha bacana colocar a doce em cima e a salgada embaixo. Essa opção nem deveria ser dada, na verdade.

Antes de tudo, olha a barraquinha aí. Como podem ver, o tio da pipoca estava servindo uma pipoca doce com leite condensado por cima...

...mas não precisamos falar sobre isso.


Aí eu recebi um whatsapp do meu amigo, que a esse ponto eu nem lembrava mais que ele era a razão de eu estar ali, porque eu já havia entrado num espiral sobre todas as decisões acerca daquela pipoca, desde comprar ou não, até ponderar se ele teria troco para 50 reais, ou se aceitava cartão.

Aí a Clarice Falcão passou do meu lado. Sim, é isso mesmo que você leu. Eu estava falando de pipoca, e de repente falei da Clarice Falcão. 

Mas é fato, ela passou do meu lado. Ela estava acompanhada de um rapaz muito bem apessoado (sinônimo de gato pra car*alh*o), Gregório que me perdoe. Pensei em tirar foto. Mas Clarice Falcão não é subcelebridade, e eu preciso manter meu padrão de qualidade. Fotos, só com subcelebridades, salvo raras exceções. Exemplo; Gregório Duvivier.

Aí passou Clarice, mas a pipoca ficou. E meu amigo sei lá por onde andava. Decidi comprar. Mas primeiro fui trocar o dinheiro. Mas a fila no Depanneur, a padaria Gourmet do lado, tava tão grande (olha a crise)  que não ia rolar. Voltei e olhei o tamanho dos pacotes de pipoca. Tinha pacote de 10 reais. Acho que 50 reais já não é mais uma nota tão problemática assim para troco, né?

Eu olhava praquela pipoca doce e quase sentia o gosto. Mas um saco enorme de pipoca doce, será? Eu poderia dividir com meu amigo. Mas eu não gosto muito de dividir comida sem regras. Talvez eu pudesse comprar um pacote pra mim e outro pra ele. Mas eu não poderia fazer isso sem perguntá-lo antes. Vai que ele não quer, e se sente obrigado a comer por educação, ou pior, vai que ele faz o mal educado mesmo e não come, eu ia ter de comer dois sacos de pipoca então? Bom, seja o que os Deuses do apocalipse quiserem.

Pronto, chamei o pipoqueiro.

- Moço, boa tarde, eu queria um saco grande de pipoca doce, por favor. (Decidi ir só de doce).

E ele não me respondeu. Ele não respondeu. Ele nem olhou pra mim, ele nem se mexeu.

Óbvio, porque eu só fiz essa pergunta mentalmente. 

Eu tomei o ar, mas descartei a ideia antes que as palavras saíssem da minha boca. É um padrão na minha vida, decidir tudo, e no último segundo optar por outro caminho. Talvez isso tenha a ver com os problemas iniciais descritos nesse post.

Aí eu peguei minha castanha de caju crua na mochila. 50 gramas delas. 

Por quê?

Porque, com ou sem leite, aquela pipoca doce representava toda a fraqueza que eu quero deixar de ter em relação à comida. Com que tipo de orgulho eu encararia o mundo, depois de ter fraquejado diante de uma simples pipoca doce que eu posso até comer, mas não quando ela estiver servindo para acalmar os nervos, ou confortar a aflição? Não. Tem que ser pelos motivos certos, talvez num momento de exceção, ao ver um filme com a pessoa amada, por exemplo.

A castanha de caju acabou em 10 segundos, claro, e eu de fato estava com um pouco de fome. E meu amigo? Menor. Aí eu lembrei que eu tinha na mochila uma barrinha de NUTS.

Uhuuuuuuuu! Jamais sentirei fome novamente! Viva Scarlet O`hara!


Peguei a barrinha e abri. Era aquela barrinha DO BEM, sabe?. Eu pensei que ela seria sequinha sem aquele açúcar invertido da AGTAL que me dá nojinho. Mas, obviamente, ao abrir, vi que as Nuts estavam grudadas por uma gosma, igualzinha à barra da AGTAL. Uma barra que se chama SÓ NUTS tinha alguma coisa a mais nela. Como assim? Sério, esses detalhes me revoltam. Se a barrinha não é só nuts, então não escreva SÓ NUTS no rótulo, po**a.

Meus olhos rapidamente escanearam o pacote, procurando o açúcar invertido, e o pior aconteceu. MEL. Aquela geleca era MEL. Na boa, eu tava preferindo açúcar invertido hoje. Resumindo, abri a barrinha, mas não comi, porque vegano não come MEL. E olha que eu odeio abelha, não tenho o menor respeito por elas, elas me dão medo, e estão sempre dispostas a morrer para me matar. Mas desafio é desafio, então, nada de mel.



E como eu não pude ver isso no rótulo, já que está logo ali embaixo? Pergunta o leitor sem noção. Eu explico. Porque se na primeira frase no rótulo que você lê está escrito SÓ NUTS, você automaticamente pensa "não preciso ler mais nada". PENSA SIM. Quem tá discordando só quer discordar por discordar. Se leva mel, qual é a razão de ter escrito SÓ NUTS? Que fosse então "SÓ NUTS E MEL". Daí nem precisava dizer que não tem lactose, porque não teria absolutamente mais nada além de Nuts e Mel. Bom, chega!

Em termos de alimentação o dia também foi mais ou menos.

Eis duas torradas de pão tipo alemão com creme de abacate e geleia. Essa geleia leva somente o açúcar da fruta. E é uma delícia. Foi a única refeição boa do dia.


Esqueci de tirar foto do jantar. Mas foi bem caído, porque comprei na rua, e na rua não tem quase nada sem queijo. Quase nada mesmo. Gente, é sério. É desesperador. Numa loja com tantos sanduíches você acha poucos sem carne, e nenhum sem queijo, e torce pra ter algum que você possa pedir sem o queijo, e ainda tem que saber se na massa do pão que eles usam há ovo ou manteiga, e em que tipo de gordura o recheio do sanduíche foi feito. Comprei então uma saladinha no azeite pra viagem e meti no pão Sírio em casa. Alimentou, mas não foi bom.


Por fim, fecho com esse imenso Bowl de salada de macarrão integral. É enorme esse bowl. Come-se fria. E pode não parecer, mas é uma delícia. Deve durar até quarta. Assim espero.

É isso gente. Embora eu esteja afogado num mar de frustrações e aflição, senti orgulho de vencer a tentação da pipoca belzebu, usando o desafio vegano não só pelo veganismo, mas para me ajudar a evoluir nas áreas em que sinto que preciso. A mente precisa voltar a tomar sua posição de liderança. Próximo passo: tomar a mesma decisão, mas sem tanto drama.

Meio difícil, porque todo sabem que eu sou e sempre serei um pouco Drama Queen! 
;)

É isso, beijo pra quem leu. (eu sei que vocês estão aí). I want to believe!

sábado, 19 de setembro de 2015

12º dia.

Hoje o dia foi daqueles. 
Na sexta eu já fui dormir sabendo que meu azar habitual estava no Turbo Mode On. Então eu sabia que podia esperar por um final de semana grotesco e frustrante. Quem convive comigo acha isso bobagem, mas não é porque eu não sei explicar como funciona, que signifique que isso não aconteça. E quer saber, foi exatamente o que aconteceu.

Hoje tudo, de fato, deu errado, desde cedo. Fiquei irritado o dia todo, estou ainda, angustiado com problemas antigos e constantes, refletindo a vida e querendo decidir um futuro cada vez mais curto em cinco minutos, e sempre com essa minha maturidade de adolescente. Não foi um dia fácil. Ser uma pessoa marcadamente com o defeito da dúvida é ser uma pessoa em constante aflição. Não sei se isso é o que sentem algumas mulheres em TPM, mas se é, vocês têm minha total empatia.

Aí você, criatura sem compaixão, me pergunta: mas o que é que isso tem a ver com o tema do blog?

Tem a ver que eu estou nesse estado, e no meio desse desafio, que cortou 90% da minha alimentação, e 100% das minhas drogas. Lícitas, e cheias de laticínios.

Imagina um ser humano frustrado, aflito, angustiado, sem autoestima, irritado, e cheio de calor. Como não recorrer ao conforto imediato de seus próprio vícios? 

Quem fuma, na minha situação hoje, fumaria mais do que o de costume. A mesma coisa sou eu. Este ser imperfeito que em dias como o de hoje comeria meio pote de Nutella - prefiro não dizer o tamanho do pote - com pão branco só no almoço. E abraçaria com vontade uma pizza quente, fria ou gelada, mas gorda, no jantar, acompanhada de um buffet ilimitado de refrigerante.

Mas eu fiz isso? Não, não fiz. Pensei em suicídio?  Não. Não propriamente. Mas assim, de fato passou pela minha cabeça se aquela aflição dos momentos mais inTENSOS é o que se passa com os suicidas. Mas só isso, nada além disso.

E pra não dizer que foi tudo azar, hoje teve arrastão na Voluntários da pátria, e eu andei aquela rua inteira hoje. Só que um pouco antes de tudo acontecer. Olha a sorte aí.

Já em casa, minha estratégia para não explodir foi dormir. E olha, eu dormi. Dormi como há muito tempo não durmo à tarde.

Mas teve comida boa? Teve sim.

Almoço no VEGAN VEGAN, na voluntários. A feijoada estava incrível como sempre, mas o manjar, que eu esqueci de fotografar, tava bem ruinzinho.



E à noite, umas bruschetas feitas por moi même. Receita adaptada da Bela Gil. Olha, tava MARA!
Pão tipo alemão torrado, pasta de abacate com limão sal e pimenta, shitake refogado no azeite, e cebola com shoyu. Gente, sério! Arrasei hoje, estava muito bom!.



Beijo pra quem leu.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

11º dia.

Hoje me decepcionei com o restaurante vegano de ontem. É que quando vamos pagar a conta, encontramos no balcão várias coisinhas, de chiclete a brownies. Todos docinhos industrializados, a maioria com um apelo"saudável". Eu imaginei que todos fossem veganos, mas resolvi perguntar. O Rapaz do caixa, que eu de cara percebi não ser lá muito prestativo, disse que nem tudo era vegano, mas que a cocada que eu tinha na mão não tinha nada de origem animal. Mas como eu sou desconfiado, e pego ranso das pessoas, resolvi ler as letrinhas minúsculas em vez de seguir o conselho dele. E qual era o segundo ingrediente daquela cocada? LEITE EM PÓ. Ah, cara! Essas coisas acabam com meu dia! Frescura? Pode ser! Mas como é que você não tem cuidado algum com quem você está atendendo? Poxa, se não sabe, avisa que a pessoa precisa verificar. Eu ia ficar super mal se tivesse comido aquilo e depois descoberto que levava leite.

Mas depois eu achei uma paçoca de castanha de caju, e como um cachorro que vê uma bolinha, esqueci porque estava latindo.

Almocei bem, mas hoje não comi nem seitan, nem glúten puro. Resultado, consegui jantar. Tenho me olhado no espelho e não sei se tenho emagrecido. Mas preciso me controlar para só verificar isso quando o desafio acabar. 

Eu esqueci de avisar a vocês que estou fora da academia faz mais de 11 dias. não foi só preguiça não. Na verdade, essa negligência teve motivo pra começar, mas eu já poderia ter voltado na quarta-feira, desde então foi preguiça mesmo. Mas confesso que amanhã eu volto a correr. Até porque preciso saber se aguentarei uma série de exercícios. Portanto, se não houver post amanhã, é porque a corridinha não terminou bem. Rsrs.

Mas vamos falar de coisa boa? Vamos falar de LACTATO DE CÁLCIO, e de ESTEAROIL LACTIL? Eles vêm do ácido láctico. E essas coisinhas estão na lista de ingredientes de muitos pães de forma. E foi por causa delas que eu deixei meu pão delicioso no mercado e trouxe pra casa um pão Sírio de uma marca desconhecida, porque era a única que havia por lá.

Bom, o problema são todas essas letras voltadas para o prefixo LACTO, o que me fez imaginar que tudo isso era algo proveniente do Leite, e se vem do leite, não é permitido. Mas era só buscar na internet, para saber do que se tratava, não? Sim, só que o 3G dentro do mercado funcionava na base da fé, e a bateria morreu em dois minutos - Story of my life. Mas em casa descubro que o ácido Láctico pode ser conseguido por meio da cana de açúcar ou do leite.

A pergunta que fica: COMO DIABOS VOU SABER QUAL DELES OS PÃES DE FORMA LEVAM?

Aparentemente muita gente já teve esse tipo de problema, e o blog Semlactose já respondeu.

Ao que parece, a indústria alimentícia utiliza o Lactato de Cálcio e o Estearoil Lactil, provenientes do ácido láctico vindos da cana. Ou seja, 100% vegano. Voltei pro mercado então para tentar trocar meu pão Sírio de marca escrota, pelo pão que queria.

Mentira, voltei não! Vocês acham mesmo que eu seria tão chato assim, rs? (Às vezes é até bom não saber as respostas de vocês).

Agora, pensa bem, se eu não estivesse nesse desafio vegano, haveria uma grande chance de eu morrer sem nunca ter sabido o que eram essas coisinhas Lactóides nos meus pães. Olha que legal! Veganismo também é cultura geral.

Vamos ao cardápio?

Restaurante TEMPEH, antes do estresse no CAIXA.



Purê de abóbora, empadinha de forno de palmito e de cenoura, cebola caramelizada, aimpim frito (sim, e tava muito bom, mas foi bem pouquinho), lasanha de berinjela, couve, cenoura e brócolis. E dessa vez não fiquei sem fome para sempre. O que me leva ao jantar.


Várias comidinhas que estavam congeladas. O quibe de bagaço de amêndoa, arroz e feijão, com cebola caramelizada, aparentemente, uma nova paixão.

Não tirei foto da paçoca de castanha de caju, mas tava muito boa.

É isso, gente. Tenho aula amanhã cedo e preciso ir. Obrigado a quem aparece aqui. 

E beijo pra quem leu.




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

10º dia.


Eu duvido que algum de vocês tenha visto o vídeo de ontem. E eu sei que tem gente vindo aqui, porque acompanho as estatísticas do blog. Ou seja, hoje eu sei que quando eu falo com vocês, eu to falando com alguém mesmo. Quem não viu, ainda mais aquelas pessoas que querem buscar algum tipo de alimentação mais saudável, deveriam ver.


Como eu já disse, o Meu Fevereiro Vegano é um projeto pessoal. Não se trata de uma evangelização do veganismo, pelo menos, não ainda. Ele é sobre começar hoje, e não mais na segunda feira, a mudança alimentar que desejamos, uma ideia que serve para qualquer outra coisa. 

A comida é uma vivência cultural tão forte, que nem sei quais palavras usar para explicar o quanto nós mesmos nos confundimos com a nossa própria alimentação. E por ser uma relação tão íntima, abandonar um hábito prazeroso, amado, confortável, fácil, pode ser tão difícil quanto perder parte de si mesmo. Mas se a alimentação não estiver sendo boa, não tem jeito, é preciso mudar, se não quiser pagar a conta mais tarde, que tem sido cada vez mais cara. 

O que o desafio tem me mostrado é que, na verdade, somos em muitos níveis vítimas do tipo de oferta que a indústria alimentícia nos propõe. Ela trabalha naquilo que nos seduz e escraviza. É claro que escolhemos conscientemente, muitas vezes, o prazer acima da saúde e bem estar. No entanto, cada vez mais, consumimos um maior número de alimentos errados, embora o façamos pelas razões certas. Isso porque cada vez mais a indústria alimentícia cria rótulos - literalmente - que manipulam e enganam o consumidor, mentindo sobre a qualidade do produto, mas sempre no limite da arte de mentir na vida real, mas não na letra da lei. 


As comidas estão sempre mais artificias, prometendo suprir as últimas necessidades da moda do mundo nutricional, e excluindo os mais recentes inimigos da saúde. Troca-se refrigerante por suco em caixinha, e come-se iogurte como alimento saudável. Existem os saudáveis, mas dificilmente é aquele zero gordura na prateleira do mercado.

Eu costumo dizer que na política a gente não joga para conseguir os melhores representantes, a gente joga, na verdade, para se defender dos piores. Acho que essa ideia serve também para a alimentação. Existe um mar de informações que mudam a todo instante, um oceano de interesses, e uma cadeia produtiva que requer lucro e não poupa esforços para isso. Não adianta, Nutella com pão no café da manhã não é uma refeição saudável, e uma garrafinha de Coca-cola pequena não nos "proporciona" 123 Kcal para gastarmos com o que há de bom na vida, como fazer exercícios, ironicamente, conforme já disse a publicidade desses produtos. E esses são exemplos dos mais óbvios.

Diante disso, me parece cada vez mais claro que o lugar mais seguro é o do alimento real. É a glicose da banana, ou da maçã, em vez do gelzinho de carboidrato da academia, por exemplo. E tudo, tudo que puder ser caseiro, certamente será mais saudável do que o industrial. 

Toda essa confusão exige que a gente busque nosso próprio sistema. Saber dosar nossas ambições sobre a qualidade de nossa alimentação frente às tentações que, fatalmente, não conseguiremos abandonar, porque em certo sentido somos dependentes delas. É o sorvete que consola o pé na bunda, o chocolate que espanta a tristeza, a pizza que conforta a solidão.

No meu caso, existem valores e benefícios da alimentação vegana que se encaixam muito bem no tipo de pessoa que eu sou. E é isso que tem me dado força de vontade para continuar. Ou melhor, bem melhor, é isso que me tira a necessidade de se ter força de vontade, e me faz passear por esse desafio sem sofrimento. Por isso, é muito importante se conhecer e saber o que quer. O prazer de estar bem com o que está fazendo faz toda a diferença.

Mas o desafio terá um fim, e não sei se estarei disposto a lidar com um mundo nada propício a esse tipo de dieta, um obstáculo muito superior ao adeus que talvez dê à Nutella.

Mas vamos ao cardápio de hoje? (Gente, vocês respondem mentalmente as minhas perguntas?) rs.

Hoje foi dia de restaurante genuinamente vegano. E assim como centro espírita, restaurante vegano bom é restaurante vegano longe. E esse é ótimo, rs. Mentira, fica no centro do Rio, mas bem longe do meu trabalho e hoje tava um calor dos infernos. Nunca estive lá - no inferno -, mas duvido que seja muito diferente do centro do Rio na hora do almoço com quase 40º.

RESTAURANTE TEMPEH





Embora seja tudo vegano, há duas frituras no prato. Mas estou me permitindo, porque estou conhecendo esses restaurantes e quero tentar provar tudo de ma vez só, rs.

- Cebola caramelizada.
- Pastel de forno de cenoura.
- Almôndegas de soja com um molho que eu acho que é à base de beterraba e cenoura.
- Banana meio frita.
- Quibe
- O melhor purê de inhame do mundo.
- Folha de mostarda refogada.

- Cenoura.
- Empadinha de tofu com massa integral e alho. (delícia).


E gente, quando eu digo que tá gostoso, eu não quero dizer "para um prato vegano, está gostoso". Eu quero dizer que está gostoso mesmo. Sem hipocrisia. Espero que não duvidem disso.

E hoje, no décimo dia, confirmo que a não ingestão de laticínios de fato tem me feito muito bem. Algo que me estimularia a continuar na dieta. Embora o mesmo não se aplique às carnes, ao ovo, ao mel. Infelizmente, porque isso tornaria tudo mais fácil ainda, rs.

Bom, vou dormir, porque hoje estou sensível. Assisti ao filme "Que horas ela volta", e chorei como chora uma criança. Eu já fui um Fabinho pra uma Val, e dói a falta que faz, dói também a falta do sentimento que se tinha na infância, alheio a regras e convenções. Cresci, e não sei em que esquina me perdi. 



Isso aí. O Filme é lindo. E beijo pra quem leu.